sábado, 1 de abril de 2017

Seminário Homens Corajosos - SHC

A ESPERANÇA QUE NÃO MORRE

Nessa semana ficamos entristecidos por acontecimentos trágicos na Cidade do Rio de Janeiro. Numa guerra urbana não declarada, maquiada e sem um plano estratégico claro, para minimizar seus efeitos na população, que causa mortes, dor, desespero e medo.
Na última quinta-feira, dia 30 de março, o dia terminou com a notícia de mais uma vítima dessa barbárie fluminense. Dessa vez esse caos carioca ceifou a vida da menor de treze anos, a Maria Eduarda Alves da Conceição, nas proximidades das comunidades da Pedreira e Chapadão, que vive uma guerra sem uma atuação exemplar do governo do Estado, causando mais incertezas para o cidadão daquela região.

Mais um sonho foi interrompido, e poderia ter sido o seu ou o meu sonho, mas, enfim, dessa vez, uma menina cheia de vida, de esperança e vitalidade deixa uma cidade inteira em prantos. Até quando iremos suportar?

Como homem cristão fui levado a pensar em como eu poderia ter contribuído para evitar essa barbárie, mas me vi impotente em mudar essa história sozinho. É um tipo de acontecimento que o poder público, igreja e sociedade devem se unir para elaborar uma estratégia que vise a recuperação e não a aniquilação, deixando de focar apenas nas consequências do conflito, mas que se deve focar nas soluções possíveis e imediatas.

Com o poder público devolvendo ao cidadão a dignidade e a paz, elevando sua expectativa de vida. A igreja trabalhando com a devolução de esperança para as pessoas, que irá nos fazer crer num futuro onde todos possam desfrutar da convivência pacífica entre todos. E a sociedade  amadurecida, desfrutando de todos os benefícios dessa integração.

Muitos irão criticar falando que isso não é papel da Igreja, e eu vou dizer: qual é papel do Estado? ele tem cumprido? Ele tem devolvido aos cidadãos na mesma proporção que tem recolhido e recebido? Ou apenas retribui com suas tropas mal pagas, quando recebe, introduzindo um sentimento de dúvida, caos e medo nas pessoas. Suas ações, há muito demonstra o quanto se encontram perdidos nossos governantes, pois não tem trazido resultados que solucionem este conflito não declarado.

Contudo, temos visto a Igreja, que silenciosamente caminha nos becos das comunidades e vielas da cidade de pedra, tirando das ruas as vítimas abandonadas à própria sorte, pelas mazelas das drogas, do álcool e outras dificuldades, e sem ajuda de nenhum órgão público tem ajudado na restauração de vidas, devolvendo para suas famílias, cidadãos ajustados e transformados, como no caso da do Projeto da Cristolândia, da denominação Batista Brasileira, como as inúmeras casas de recuperação de viciados de diversas outras denominações cristãs e não cristãs, que com os próprios recursos não desistem estender suas mãos sobre pessoas. 

Entretanto, vivemos numa sociedade que se sente disputada por interesses diversos, mas quando faz a escolha certa, recebe de volta a dignidade de sua consciência de que ela tem valor.

Meu sonho é que consigamos, ainda nessa geração, ter dias de paz e que a esperança seja o único sentimento que assuma o lugar do medo e da incerteza.

Que não morra a esperança!

Rogério Alencar
Pastor Batista
Presidente da Associação Ministerial Homens Corajosos